segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Fatores que enfraquecem o trabalhador da Educação

São muitos os fatores que
enfraquecem o trabalhador da
educação,  entretanto toda
a comunidade escolar acaba sendo
afetada em decorrência desses fatores.
Problemas Funcionais
Os problemas funcionais são aqueles que afetam diretamente o trabalho docente.
São questões estruturais que não deixam que o trabalho se desenvolva completamente.
Entre esses problemas estão falta de reajuste salarial, péssimas condições de trabalho,
salas superlotadas etc.

Baixa remuneração
Segundo dados do IBGE, os professores da educação básica recebem em média
40% menos do que os profissionais de outras áreas que têm o mesmo nível de
escolaridade. É importante salientar
que se trata de um salário médio,
pois existem profissionais, em
muitas partes do país, que recebem
menos de um salário mínimo por
30 horas semanais, da mesma forma que essa média contempla professores que
trabalham por 20 horas semanais.
Entre as metas do Plano Nacional da Educação (PNE) para 2011-2020, existem
quatro itens que contemplam a valorização do professor, considerada essencial para a
melhoria da educação.
A meta 17 do PNE contempla exatamente a equivalência de salário entre os
professores da educação básica e os demais profissionais com a mesma escolaridade.
Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de aproximar
o rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
Essa equiparação é o mínimo que se pode fazer para a valorização da carreira,
pois caso contrário, a docência só atrairá pessoas que se contentam com baixos salários
e muitas vezes não aplicam seus conhecimentos de foram satisfatória, salários
compatíveis com a profissão serviriam para atrair melhores profissionais.
Maria Izabel Noronha, integrante da APEOESP, reforça que o ponto de partida
para a melhoria da educação é, sem dúvida, o reajuste do salário, mas para que haja,
realmente, uma mudança significativa seria necessário melhorar a condição de trabalho
dos docentes: uma jornada ideal de trabalho teria 40 semanais, divididas em 20 horas na
sala de aula, dez horas para o preparo das aulas e as outras dez horas para trabalho
pedagógico.
Carga horária de trabalho
Sabemos que, sem os profissionais da educação o processo de ensino e
aprendizagem nunca se concretizaria, porém quando se fala sobre a defasagem no
ensino, os mesmos são considerados como os responsáveis por isso, sem levar em
consideração as péssimas condições de trabalho com as quais precisam lidar.
A melhoria na qualificação dos professores deve estar entre as prioridades do
governo. Se houvesse mais investimentos nesta área, com certeza não haveria tantos
professores sofrendo com doenças originadas durante a profissão.
Um dos maiores problemas que os professores encontram em sua atividade
docente é o excesso de carga horária. Esse excesso se dá pelo fato de que os docentes
têm poucas horas disponíveis para a preparo das aulas, sendo assim, usam muito mais
tempo do que o estabelecido para este trabalho.
Outro fator agravante é o fato de que, para conseguir se manter em uma
condição confortável, muitos professores extrapolam sua carga horária, dividindo-se
entre escolas públicas e particulares, muitas vezes trabalhando até 60 horas semanais.
Reações explosivas às pressões do dia a dia
As reações às pressões do dia a dia são diversas, muitos professores não
suportam as péssimas condições de trabalho e ficam doentes,
Sabemos que existem muitos casos de depressão, síndrome do pânico etc. Há
casos em que o professor explode, literalmente, distúrbio que muitos nomeiam como
histeria.
A seguir veremos dois casos de professores que passaram por esse problema em
sala de aula, modelos que comprovam que a educação não vai bem.
Um professor de Caraguatatuba no litoral de São Paulo foi acusado de agredir
uma aluna e outra professora verbalmente, além de depredar algumas carteiras da
escola.
Essa explosão teria sido causada por conta de uma aluna se negar a comprar a
apostila adotada pelo professor.
O professor de geografia que lecionava na Escola Estadual Ismael Iglesias já
havia sido afastado, mas retornado ao trabalho, ele assumiu que teve um surto e que fez
várias tentativas para a realização de um tratamento psicológico, mas o Estado não
permitiu o afastamento dele para esse fim. Além disso, afirmou que vai abandonar a
profissão para se tratar, além de ter afirmado que a escola o persegue (o que
caracterizaria assédio moral) e que essa foi uma ação premeditada, pois o aluno já o
aguardava com o gravador ligado.
A associação dos professores confirma três pedidos de licença feitos pelo
professor e que todos foram negados.
Para a psicóloga Fabiana Luckemeyer, a reação extrema do professor é uma
resposta ao estresse do dia a dia. “A única explicação é o acumulo de insatisfações. O
acúmulo de pressão, falta de autorrealização”. Explica.
Outra situação limite enfrentada por um professor aconteceu no Espírito Santo
no curso de comunicação da UFes. Alunos acusaram um professor de virar uma mesa e
jogar um computador nos alunos.
O professor confirmou que teve um momento de grande irritação, jogou o
computador no chão e que não tinha a intenção de ferir nenhum aluno, afirmou que
tinha errado, que cometeu uma falta grave e pediu desculpas aos alunos.
Esses casos ilustram a que situações limite os professores chegam no ofício da
profissão. O estresse chega a níveis tão altos que a situação foge do controle.
Ações para a melhoria das condições de trabalho
Salas superlotadas, escolas sem estrutura física, recursos materiais insuficientes,
desinteresse por parte dos alunos entre outros fatores dilaceram o trabalho docente, além
de fazer com que o profissional adoeça e com que os alunos sejam prejudicados no
processo de aprendizagem. Dentro dessa situação, é necessário humanizar o ensino no
Brasil, sobretudo na escola pública.
A escola é um lugar onde há o livre
trânsito de conhecimento, onde os alunos têm
o seu primeiro modelo de convivência em
sociedade e isso é feito de maneira autêntica,
pois a sala de aula é um ambiente de constante
troca de informações críticas e construtivas.
Sendo um lugar de troca de experiências e conhecimento, a escola deveria
encontrar soluções inteligentes para acabar com o mal estar de seus profissionais.
Entretanto, além de não haver solução para problemas comuns de estrutura, os
professores contam com uma série de desvantagens que vão desde salas superlotadas,
passando por baixos salários até violência física e psicológica.
Diante dessa realidade, cabe aos protagonistas desse problema - os professores -
se unirem em favor do bem comum e exigirem melhores condições de trabalho.

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