sábado, 17 de janeiro de 2015

Alunos X Professores: Inimigos ou aliados?

Alunos X Professores: Inimigos ou aliados?
“Para encontrar a significação de uma ideia, temos que examinar as
consequências da ação para as quais essa ideia nos leva; de outro modo a disputa sobre
essa ideia poderá eternizar-se sem nenhum fruto.”
Charles Sanders Peirce
Nas escolas é muito comum ver alunos esbravejarem ao verem seu próprio
aproveitamento escolar na sala de aula: notas baixas, excesso de ausências,
encaminhamentos à direção, bilhete para os pais etc. Isso acontece devido ao fato de que
os alunos culpam os professores por uma responsabilidade que eles mesmos não foram
capazes de cumprir. Pensam que, independente de qualquer coisa que façam –
indisciplina, ausências, falta de atenção na sala de aula – as notas acima da média
estarão lá, como em um passe de mágica.
Em alguns casos, o mal estar entre alunos e professores tomam proporções
assustadoras e culmina em casos de violência muito graves, ameaças, agressões e, em
alguns casos, pais também se envolvem para defender seus filhos da “perseguição” que
sofrem seus filhos.
No sul do país, a mãe de quatro alunos matriculados em uma mesma escola, teria
sido chamada à escola por conta dos constantes atrasos das crianças, que segundo a
diretora chegavam com uma hora de atraso e muitas vezes saíam antes do fim das aulas.

No meio da conversa, a mãe teria se descontrolado e dado dois tapas no rosto da
professora. Isso mostra o descontrole que se encontram as pessoas em relação à
educação. Por meio do diálogo, muitas questões são resolvidas, entretanto quando não
há o entendimento entre as pessoas, as situações se agravam e chegam a esse ponto.
Depois de uma briga no pátio da escola, em uma escola do Rio de Janeiro, a
diretora chamou as mães dos alunos envolvidos para conversar. Um deles partiu para
cima dela com socos, quebrou as janelas da escola com a ajuda da mãe, gritando
palavrões; e em seguida, arrancou a fiação do telefone da secretaria da escola para
impedir que a polícia fosse chamada.
O problema não tem origem somente nos alunos e pais de alunos, alguns
professores, esgotados pela rotina angustiante e pressões do trabalho, também se
descontrolam.
Muitos professores assumem uma postura autoritária em sala de aula produzindo
uma distância desnecessária. Ao menor sinal de conversa, já gritam com os alunos, os
ameaçam que não retomarão o conteúdo, mencionando a dificuldade da prova que está
chegando, que os alunos não conseguirão cumprir com suas responsabilidades e ainda
como punição aplicam atividades surpresas valendo nota.
Agindo desta forma, os professores não contribuem para a disciplina em sala de
aula, além de estimular o comportamento agressivo dos alunos.
Paulo Freire critica a separação radical entre seriedade docente a afetividade, diz
que não deve furtar o desejo expressar o afeto pelos alunos e identifica a afetividade
como o compromisso que do educador tem com os educandos.
Ser um professor autoritário e distante dos alunos não dá garantias de que este
seja competente. Os próprios docentes são afetados pelo endurecimento das relações
professor-aluno.
Segundo Freire essa divisão precisa ser feita quando se está em jogo o
comportamento ético da profissão.

“O que não posso obviamente permitir é que a minha afetividade interfira no
cumprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não
posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem
querer que eu tenha por ele.” (FREIRE, 1996)
Considerando a citação acima é preciso encontrar
mecanismos que permitam aos alunos entenderem que
não se trata de gostar ou não individualmente, a fim de
desfazer esse clima de guerra que, muitas vezes,
imperam na sala de aula, é necessário faze-los entender
que as obrigações docentes são feitas sistematicamente
de acordo com o aproveitamento de cada aluno.
A relação entre professores e alunos é
fundamental para que haja um bom aproveitamento
escolar. Os alunos já têm uma ideia ruim do professor, como aquela pessoa que vai
cobrá-lo por algo pelo qual eles nem sempre veem sentido.
Essa relação é mais complicada, pois o aprender em si, para os alunos é sempre
visto como uma obrigação e não como satisfação. Em meio a essa situação, o professor
precisa despertar a curiosidade do aluno, acompanhando cada evolução e fazer com que
ele se sinta também parte do processo de ensino-aprendizagem e não só como um mero
depositário de conhecimento vazio.
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